no primeiro turno

VÍDEO: Santa Maria tem a maior abstenção de votos dos últimos 20 anos

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Santa Maria registrou, no pleito de 2020, a maior abstenção dos últimos 20 anos. Ao todo, 58.876 eleitores não compareceram às urnas em 15 de novembro para escolher prefeito e vereador. O número equivale a 28,82% da quantidade de cidadãos aptos a votar no município, que é de 204.282 pessoas.


A porcentagem é mais que o dobro do que a registrada há duas décadas, quando 13,87% dos votantes não saíram de casa para participar das eleições municipais, em 2000. De quatro em quatro anos, a abstenção no primeiro turno cresce em Santa Maria. Ela passou para 13,88% em 2004, 15,92% em 2008 e 20,89% em 2016. Entretanto, a ausência de eleitores de 2016 para 2020 teve um salto bem maior em relação aos pleitos anteriores, aumentando 8%.

O índice de Santa Maria fica acima, inclusive, da média nacional de abstenção na última votação - 23,14%.

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MOTIVAÇÕES
De acordo com o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Cleber Ori Cuti Martins, o aumento no índice é motivado por diferentes fatores, entre eles, é claro, a pandemia. No entendimento do docente, alguns eleitores podem ter optado por não comparecer para evitar filas e eventuais aglomerações, a fim de não se expor à doença.  

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Por outro lado, Martins acredita que Santa Maria tenha características específicas que também contribuem para a abstenção elevada. Por ser um polo educacional e de emprego para a região, o município atrai muita gente de fora, que transfere o título de votação.

- Parte do eleitorado não é daqui, isto é, nasceu em outras cidades. Agora, na pandemia, essas pessoas podem ter voltado para as cidades de origem, onde estão descansando, se resguardando da pandemia, ou cuidando de algum parente, por exemplo - explica o professor.

Outro fator de interferência a ser cogitado é, na visão de Martins, o desinteresse da população pela política. Porém, para ele, esse não seria o principal, porque é um aspecto difícil de ser mensurado:

- Em nível nacional, os índices de abstenção tendem a ser altos e são vários fatores que interferem. Essa discussão é comum em época de eleição. O problema é tentar estratificar os motivos. Além da abstenção, há os votos brancos e nulos, que também são legítimos, mas esses têm motivação mais clara, que é o fato de o eleitor que foi até a urna não ter se identificado com nenhuma das opções disponíveis no pleito.

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MAIS AUSÊNCIAS NO SEGUNDO TURNO?
O professor Cleber Martins prefere não palpitar se o índice de abstenção no segundo turno se manterá no mesmo patamar que no primeiro. Por outro lado, conforme, o número de votos brancos e nulos tende a aumentar, porque, na sua opinião, os dois candidatos representam a situação, ou seja, o mesmo segmento de administração pública vigente na cidade há pelo menos quatro anos. Os adversários nas urnas - Jorge Pozzobom (PSDB) e Sergio Cechin (Progressistas) - são, até 31 de dezembro deste ano, prefeito e vice da mesma chapa eleita em 2016.

O chefe do cartório eleitoral da Zona 135, responsável por Santa Maria, Vinícius Teixeira, aposta que o índice de abstenção do segundo turno fique em torno de 25%. Segundo ele, há "pesos e contrapesos" no pensamento que fará ou não o eleitor sair de casa para votar.

- Ao mesmo tempo em que o segundo turno é mais decisivo, com apenas dois candidatos, outros cidadão podem pensar algo como "o meu vereador eu já elegi" e preferir não votar - pondera Teixeira.

Em 2016, a abstenção no segundo turno em Santa Maria foi de 45.062 eleitores, o equivalente a 22,19%, isto é, aumentou em relação ao primeiro turno.

COBIÇADOS
Para o professor Cleber Martins, é natural que as campanhas busquem cooptar os eleitores que não foram votar. Somados abstenção, brancos e nulos, são 71.356 votos "sem dono". O desafio dos políticos, neste momento, é convencer os cidadãos a saírem de casa no dia 29 ou mudar de branco ou nulo para algum voto válido.

Além desses, há outros 64.628 votos soltos na praça. Eles são resultado total da votação obtida por Luciano Guerra (PT), Jader Maretoli (Republicanos), Marcelo Bisogno (PDT) e Evandro Behr (Cidadania), os outros quatro candidatos do primeiro turno.

*Colaborou Rafael Favero

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